Filho o amor dos homens é falho porem o meu amor é infalível. Em mim você pode confiar, eu o amei tanto que fui capaz de derramar meu sangue por sua vida. Lá estava eu abraçando-o e tentando dizer-lhe: não chores porque eu o amo, meu amor é verdadeiro, nunca se acaba e não baseia no enteresse próprio. Tentei muitas vezes fazê-lo entender que o amor existe e que eu sou este amor; mas voce não me ouve! Esqueceu-se de mim e não me busca.
Lembro-me daqueles dias em que você começou a pensar em mim, entendeu que existo e até desejou me conhecer. Era eu visitando e lançando em sua mente a minha mensagem, tentando atraí-lo a mim. Mas logo em seguida você balançou sua cabeça e jogou fora aquelas ideias diferentes que estava chegando, e naquele momento eu percebi que não havia lugar para mim.
E aquele dia em que você passava pela praça e observou algumas pessoas diferentes cantando e falando sobre meu nome? Eu bem sei que o que falava mais uma vez o fez fez pensar sobre a necessidade de me seguir e viver comigo. Porém, ainda desta vez, o pensamento intruso foi acorrentado, repelido e jogado no arquivo do esquecimento.
Saiba que entre aquele povo simples estava o meu espírito! Quem falava nos lábios daquele pregador era eu. Tudo que queria dizer era: morri para perdoar seus pecados, posso perdoá-lo caso você creia e se arrependa. Mas você foi embora e não se importou comigo. Ás vezes eu usava um dos meus pequeninos servos para entregar alguns folhetos que falava sobre mim; ao ler, tudo lhe parecia ilusório e muito distante.
Algumas daquelas mensagens costumavam deixá-lo um pouco pensativo, entretanto não o bastante para levá-lo a assumir uma responsabilidade séria comigo. Tudo aquilo não era uma simples coincidência. Era eu que o seguia incansavelmente, era o meu Espírito tentando fazê-lo pensar em mim. Por detrás daquela mensagem simples havia um Deus de Amor se esforçando para salvá-lo e fazê-lo ouvir: "Vinde a mim, que eu o segurarei pela mão e o farei feliz!"
Nunca me esqueci de você. Meus pacientes olhos sempre o contemplavam de manhã, à tarde e à noite. Eu o via andando, correndo, brincando, chorando, odiando e por fim enganando a si mesmo. Meu olhar penetrava no profundo do seu coração e conheci seus desejos, seus alvos e planos ocultos.
Via-o como um pequeno filhotinho que saiu do ninho antes da hora, todavia você pensava ser muito sábio e queria viver independentemente. Achava que podia voar muito alto sem a ajuda de ninguém, nem do próprio Deus! Então você voava, mas as alturas o driblavam e, desequilibrado, caía!
Ao vê-lo pensativo, indagava: "Por que ele não reconhece que no meu ninho há mais segurança?" "Por que ele não deseja o calor das minhas asas?" "Por que não espera que eu possa sustentá-lo e fazê-lo robusto?" "Por que simplesmente
não abre o seu bico e recebe o alimento que é o meu amor?" "Por que ele não fica juntinho de mim na hora da tempestade se lá fora há enxurrada e frio?"
Filho o tempo passa, o ponteiro apressado consume o tempo que não dava tempo e a sua velha história continuava: Eu te amo, te protejo e você continua andando em seus próprios caminhos sem se importar comigo.